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Dona Ivone Lara

DONA IVONE LARA

Dona Ivone Lara nasceu em 13 de abril de 1922, na Rua Voluntária da Pátria, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Foi a primeira filha da união entre a costureira Emerentina Bento da Silva e João da Silva Lara. Paralelamente ao trabalho, ambos tinham intensa vida musical: ele era violonista de sete cordas e desfilava no Bloco dos Africanos; ela era ótima cantora e emprestava sua voz de soprano a ranchos carnavalescos tradicionais do Rio de Janeiro, como o Flor do Abacate e o Ameno Resedá – nos quais seu João também se apresentava. Formada em enfermagem e serviço social, com especialização em terapia ocupacional, foi uma profissional na área até se aposentar em 1977. Nesta função trabalhou em hospitais psiquiátricos, onde conheceu a Dra. Nise da Silveira.

Com a morte do pai, com menos de três anos de idade, e da mãe aos dezesseis, foi criada pelos tios e com eles aprendeu a tocar cavaquinho e a ouvir samba, ao lado do primo Mestre Fuleiro; teve aulas de canto com Lucília Guimarães e recebeu elogios do marido desta, o maestro Villa-Lobos.

Casou-se em 4 de dezembro de 1947 com Oscar Costa, filho de Alfredo Costa, presidente da escola de samba Prazer da Serrinha, com quem teve dois filhos, Alfredo e Odir. Foram casados durante 28 anos, até a morte de Oscar. Foi no Prazer da Serrinha onde conheceu alguns compositores que viriam a ser seus parceiros em algumas composições, como Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira.

Compôs o samba Nasci para sofrer, que se tornou o hino da escola. Com a fundação do Império Serrano, em 1947, passou a desfilar na ala das baianas. E também Compôs o samba Não me perguntes, mas a consagração veio em 1965, com Os cinco bailes da história do Rio, quando se tornou a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores da escola de samba.

Em 1975, depois de seu filho Odir sofrer um acidente de carro, com o susto seu marido Oscar Costa, teve um enfarte fulminante e faleceu. Apesar de seu marido nunca ter nada contra sua carreira, ele não gostava das rodas de samba.

Aposentada em 1977, passou a dedicar-se exclusivamente à carreira artística. Entre os intérpretes que gravaram suas composições destacam-se Clara NunesRoberto RibeiroMaria BethâniaGal CostaCaetano VelosoGilberto GilPaula TollerPaulinho da ViolaBeth CarvalhoMariene de CastroRoberta SáMarisa Monte e Dorina. Uma de suas composições mais conhecidas, em parceria com Délcio Carvalho, foi Sonho Meu, sucesso na voz de Maria Bethânia e Gal Costa em 1978, cujo álbum ultrapassou um milhão de cópias vendidas.

Dona Ivone também teve trabalhos como atriz, com participação em filmes, e foi a Tia Nastácia em especiais do programa Sítio do Pica-Pau Amarelo.

Em 2008, Dona Ivone interpretou a canção Mas Quem Disse Que Eu Te Esqueço no projeto Samba Social Clube. A faixa foi incluída, no ano seguinte, numa coletânea com as melhores performances do projeto.

Em 2008 ela perde seu filho Odir, vítima de complicações decorrentes da diabetes.

No ano de 2012, foi homenageada pelo Império Serrano, no grupo de acesso, com o enredo Dona Ivone Lara: O enredo do meu samba. Em 2010 foi a homenageada na 21.ª edição do Prêmio da Música Brasileira. Em dezembro de 2014 foi a homenageada na 19.ª edição do Trem do Samba. Um mês antes, Dona Ivone havia participado do primeiro dia de gravações do Samba book, em homenagem à sua carreira da gravadora Musickeria. Cantores como Maria BethâniaElba RamalhoCrioloZeca PagodinhoMartinho da VilaArlindo CruzAdriana Calcanhoto e Zélia Duncan fizeram versões de canções de Dona Ivone, enquanto ela própria gravou com Diogo Nogueira uma canção inédita, composta com seu neto, André.

Em 2015, entrou para a lista das Dez Grandes Mulheres que Marcaram a História do Rio.

Dona Ivone morreu no dia 16 de abril de 2018, em consequência de um quadro de insuficiência cardiorrespiratória após permanecer internada por três dias no Centro de Tratamento e Terapia Intensiva (CTI) da Coordenação de Emergência Regional (CER), no Leblon, Rio de Janeiro. O velório aconteceu na Quadra do Império Serrano, sua escola do coração, em Madureira, na Zona Norte da cidade. O enterro de Dona Ivone aconteceu no Cemitério de Inhaúma, no Rio de Janeiro.

Wilson das Neves

WILSON DAS NEVES

Estudou música com Joaquim Naegele e logo depois com Darci Barbosa. Aos 14 anos, através do ritmista Edgar Nunes Rocca, o "Bituca", tocou na Escola Flor do Ritmo, no bairro do Méier. Anos mais tarde, deu começo à sua carreira de baterista na orquestra de Permínio Gonçalves.

Entre 1957 e 1968, Wilson das Neves acompanhou a pianista Carolina Cardoso de Menezes, foi membro do Conjunto de Ubirajara Silva, estreou como músico de estúdio na Copacabana Discos, se integrou em conjuntos como o de Steve Bernard e o de Ed Lincoln. Tocou com o flautista Copinha, com o pianista Eumir Deodato no conjunto Os Catedráticos, e com Eumir e Durval Ferreirano grupo Os Gatos.

Fez parte da orquestra de Astor Silva, da orquestra da TV Globo e da orquestra da TV Tupi de São Paulo, liderada pelo maestro Cipó. Em 1965, participou da gravação do disco Coisas do mastro e compositor Moacir Santos, tocando bateria em todas as faixas do álbum. Além disso, gravou com Elza Soares, o disco Elza Soares - Baterista: Wilson das Neves e formou seu conjunto, registrando o LP Juventude 2000.

Em 1969 gravou pela Polydor seu segundo disco, Som Quente É o das Neves e, no ano seguinte, o LP Samba Tropi - Até aí morreu Neves, desta vez pelo selo Elenco/Philips. Estes dois trabalhos tiveram arranjos de Erlon Chaves. Desse período até 1973, acompanhou artistas como Elis ReginaEgberto GismontiWilson SimonalElizeth CardosoRoberto CarlosFrancis HimeTaiguaraSérgio Sampaio.

Em 1975 participou da gravação dos discos Lugar Comum, do músico João Donato; e Meu Primeiro Amor, da cantora Nara Leão; no ano seguinte, tocou timbales no clássico África Brasil, de Jorge Ben.

Tempos depois fez o terceiro disco com o seu conjunto, o LP O Som Quente É o das Neves. Nesse trabalho, lançado pela gravadora Underground/Copacabana, Wilson das Neves estreou como cantor e compositor. Os arranjos foram feitos por João Donato e pelo tecladista Sérgio Carvalho.

Figura presente no samba, o baterista tocou ao lado de grandes nomes do gênero como João NogueiraBeth CarvalhoCartolaNelson CavaquinhoClara NunesRoberto RibeiroMartinho da Vila e muitos outros. Foi ritmista na escola de samba Império Serrano, onde tocava tamborim.

Como compositor, é parceiro de Aldir BlancPaulo Cesar PinheiroNei LopesIvor LancellottiClaudio JorgeMarcelo AmorimMoacyr Luz e Chico Buarque, com quem toca desde 1982.

Gravou em 1996 o disco O Som Sagrado de Wilson das Neves, lançado pela CID com participações de Paulo César Pinheiro e Chico Buarque, agraciado com o Prêmio Sharp.

Em 2001 participou do CD O Quintal do Pagodinho, idealizado por Zeca Pagodinho e produzido por Rildo Hora.

Desde 2003 é integrante do combo carioca Orquestra Imperial, sendo cantor e compositor parceiro dos jovens integrantes do grupo.

Em 2004 lançou o CD Brasão de Orfeu no Centro Cultural Carioca, onde também foi apresentado o curta-metragem O samba é meu dom, no qual o compositor contou detalhes de sua vida.

Em 2006 atuou no filme Noel - Poeta da Vila, no papel do motorista e cantor Papagaio.

Em 2011, Das Neves lançou, no Brasil e Europa, seu terceiro CD como cantor e compositor, Pra Gente Fazer Mais um Samba. Indicado melhor cantor pelo Prêmio da Música Brasileira 2011 e vencedor como melhor álbum de samba.

Em 2013 fez uma participação na música Trepadeira, do CD O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui, do rapper Emicida.

Em 2016 participou da abertura dos jogos olímpicos do Rio de Janeiro.

Em mais de cinquenta anos de carreira como baterista, participou de mais de 600 gravações[5] e acompanhou Carlos LyraNey MatogrossoJoão BoscoMaria BethâniaGal CostaEmílio SantiagoNelson GonçalvesCaetano VelosoGilberto GilAlcioneTom Jobim e Miucha, entre vários artistas da MPB além de internacionais como Michel LegrandToots ThielemansSarah Vaughan e Sean Lennon.

Wilson das Neves morreu na noite de 26 de agosto de 2017, no Hospital da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, após lutar contra um câncer durante vários anos.

Discografia

  • Elza Soares - Baterista: Wilson das Neves (1968 - Odeon)

  • Juventude 2000 - Wilson das Neves e seu Conjunto (1968 - Parlophone/Odeon)

  • Som Quente É o das Neves - Wilson das Neves e seu Conjunto (1969 - Polydor)

  • Samba Tropi - Até aí morreu Neves - Wilson das Neves e seu Conjunto (1970 - Elenco/Philips)

  • O Som Quente É O Das Neves - Wilson das Neves E Seu Conjunto (1976 - Underground/Copacabana)

  • O Som Sagrado de Wilson das Neves (1996 - CID)

  • Brasão de Orfeu (2004 - Acari Discos/Biscoito Fino)

  • Samba de Gringo 2 (Bina & Ehud -2006)

  • Pra Gente Fazer Mais Um Samba (2010 - MPB/Som Livre).

  • Se me chamar, ô sorte (2013 - MPB/Som Livre).

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SILAS DE OLIVEIRA

Desde menino frequentou as rodas de samba, apesar da resistência do pai, que era pastor protestante e via a samba sociedade uma ‘manifestação do diabo’. O pai, dono do Colégio Assumpção, arrumou uma vaga de professor para o filho, tão logo ele concluiu o Científico. Ele pretendia que, com a profissão, o filho abandonasse o gosto pela música.

Silas dava aulas de Português, quando começou a namorar uma das alunas, a jovem Elaine dos Santos. Nessa época também fez amizade com o jornaleiro Mano Décio da Viola, que se tornaria seu maior parceiro. Pelas mãos de Elaine e de Mano Décio, Silas sobe os morros cariocas atrás de rodas de samba. Com os dois, frequenta também os tradicionais pagodes nas casas das tias baianas, regados a muita bebida, comida e batucada. Seu talento como compositor começa a se revelar, ainda que timidamente. As visitas a estes locais passam a ser cada vez mais constantes e não tarda para que Silas passe a ser considerado como ‘gente da casa’ nos redutos de samba.

Em 1942, durante a juventude, serviu no 7º Grupo de Artilharia de Dorso (Campinho), e estava no navio mercante Itagiba, afundado em 17 de agosto, pouco antes da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Muitos jovens da região de Madureira morreram neste incidente, porém Silas sobreviveu para construir mais tarde sua carreira como sambista.

Em 1946, Silas de Oliveira e Mano Décio compõem o samba-enredo ‘Conferência de São Francisco’ ou ‘A Paz Universal’, para a escola de samba Prazer da Serrinha, agremiação carnavalesca da qual faziam parte. Seguindo o decreto oficial do então Presidente da República Getúlio Vargas que exigia que as escolas desfilassem com temáticas nacionalistas em seus enredos.

Porém, o presidente da Prazer da Serrinha, Alfredo Costa, não aceita a inovação - o samba-enredo obrigatório - e cancela sua apresentação no momento do desfile, o que gerou revolta nos compositores e culminou na fundação do Império Serrano, dias depois. Silas de Oliveira integra a nova escola desde seu primeiro desfile, tornando-se reconhecido como um dos grandes compositores de samba enredo para a escola de samba de Madureira.

Sagrou-se campeão no carnaval de 1948. No ano seguinte, Mano Décio também aderiu à nova agremiação. Entre 1949 e 1951 o samba-enredo vitorioso no Império Serrano trouxe a assinatura de Silas, de Mano Décio ou dos dois. Em 1955 e 1956, mais duas vitórias da dupla na escolha do samba-enredo da escola: ‘Exaltação a Caxias’ e ‘O Caçador de Esmeraldas’.

Silas dedicou 28 anos de sua vida ao Império Serrano e nesse período fez 16 sambas-enredo para a escola, dos quais 14 foram apresentados no desfile oficial. Quando o amigo Mano Décio foi para a Portela, a dupla se desfez. Mas Silas continuou compondo para a Verde-e-Branco de Madureira, muitos sambas que se tornaram clássicos do gênero, como ‘Aquarela Brasileira’ (1964), ‘Os Cinco Bailes da História do Rio’ – em parceria com Dona Ivone Lara e Bacalhau (1965), ‘Glórias e Graças da Bahia’ – com Joacir Santana (1966) e ‘Pernambuco, Leão do Norte’, com o qual enfrentou – e venceu – o antigo parceiro Mano Décio da Viola, que retornava à escola, em 1968. A última parceria dos dois grandes sambistas foi em 1969 com ‘Heróis da Liberdade’, num ano em que o jeito de fazer samba-enredo passava por grandes modificações, sobretudo no andamento acelerado, lembrando marcha carnavalesca.

Mano Décio e Silas de Oliveira não se adaptaram a essa nova postura, pois acreditavam que essa mudança era responsável pelo empobrecimento do samba-enredo. Silas ainda tentou adaptar-se aos novos tempos, mas sua influência no Império Serrano já não era a mesma. Nos últimos anos de vida Silas deixou de se envolver com os desfiles da escola, limitando-se a frequentar rodas-de-samba, onde, na sua concepção, o ambiente era mais tranquilo.

Morte

No dia 20 de maio de 1972, Silas de Oliveira foi a uma roda de samba, pensando arranjar dinheiro para matricular uma de suas filhas no vestibular. No momento em que cantava ‘Os Cinco Bailes da História do Rio’, sofreu um infarto fulminante. Morreu no terreiro, onde passou a maior parte de sua vida.

Em 1974 a escola de samba Imperatriz Leopoldinense apresentou o enredo "Réquiem por um sambista, Silas de Oliveira", em honra ao compositor. Silas acompanhou de perto a fundação desta escola, cuja madrinha é o Império Serrano.

Legado

Entre seus sambas destacam-se:

MANO DÉCIO

Mano Décio

Décio Antônio Carlos (Santo Amaro da Purificação14 de julho de 1909 - 18 de outubro de 1984) foi um compositor de sambas do Brasil.

Mudou-se com os pais para o Rio de Janeiro com um ano de idade, em 1930, com Bide e João de Barros, compôs seu primeiro samba ‘’Vem, meu amor’’.

Em 1947 ajudou a fundar a escola de samba Império Serrano, que foi quatro vezes campeã cantando sambas compostos pelo, já assim chamado, Mano Décio ao longo de sua vida compôs mais de 500 sambas, e gravou três LPs

Morreu no dia 18 de outubro de 1984, atualmente Mano Décio da Viola é o nome de uma rua onde viveu em Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro.

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ANICETO DE MENEZES

Aniceto de Menezes e Silva Júnior, o Aniceto do Império (Rio de Janeiro11 de março de 1912 — Rio de Janeiro, 19 de julho de 1993) foi um dos fundadores da escola de samba Império Serrano.

Sua data de nascimento oficial é 22 de março, devido à demora de seus pais, o estofador e lustrador Aniceto de Menezes e Silva e a dona-de-casa Chrispiniana Braga de Menezes da Silva (solteiro Francisca Braga), em registrá-lo.

Biografia

Aniceto de Menezes e Silva Jr nasceu no bairro do Estácio.

Devido à sua facilidade de expressão, seus professores consideravam que ele prejudicava as aulas, devido a suas intervenções acima da média das de seus colegas. Deixou os estudos em 1926, antes de completar o primário. No Império Serrano, onde teve o cargo de orador oficial da escola.

Aniceto dividia sua vida entre o samba e o Cais do Porto, onde era estivador e o líder do Sindicato dos Arrumadores. O Cais do Porto era uma área de malandragem, onde vários sambistas trabalhavam, por serem de origem negra ou pobre. Aniceto se reunia com os outros sambistas, depois do horário do trabalho, para cantar sambas batucadas ou duros, sempre terminando num gostoso partido alto, com o destaque do próprio, que mandava seus versos de improviso, que eram admirados por todos os presentes).

Pouco antes de morrer, Aniceto foi entrevistado para o documentário Fio da Memória. Tratava-se da sua última performance, pois quando lhe perguntaram sobre o seu estilo de samba baseado em improviso (Partido Alto), começou a compor versos em ritmo de entrevista, encabulando o repórter, que por sua vez, preferiu mudar de assunto. Foi-lhe indagado sobre sua doença - diabetes -, ele deixou entender que não se lamentava, e até deu graças a Deus por isso. Como justificativa finalizou dizendo: "Ele (Deus) sabe o que faz e eu não sei o que quero".

Já cego, faleceu em 1993.

SEBASTIÃO MOLEQUINHO

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Nome fundamental na política da escola, Molequinho é irmão de Tia Eulália e Tia Maria do Jongo, duas grandes damas da Serrinha. Na casa da família foi montada a primeira sede do Império (Rua Balaiada, 133), num dos acessos do morro. O outro irmão dos bambas, João de Oliveira, foi o primeiro presidente. E o primeiro título veio logo em 1948.
Anos depois, Molequinho comandou a agremiação em 1959 e, mais tarde, em 1969 e 1970. Nos anos 80, participou de shows com a Velha Guarda ao lado de ícones como Tio Hélio, mestre Fuleiro e Nilton Campolino.
Devido à idade, estava afastado dos desfiles da Sapucaí e morava na Vila da Penha, na Zona Norte, onde morreu às 10h deste sábado. A causa da morte não foi informada pela família. Em 26 de maio de 2012, Molequinho recebeu uma homenagem na quadra durante a reinauguração do espaço.
Ex-vice-presidenta da agremiação, a escritora e filóloga Raquel Valença lamentou a morte do baluarte. "O Império deve muito ao Seu Molequinho. Foi nosso fundador, sempre esteve muito presente e comandou a escola em muitos momentos difíceis. É uma geração que vai embora. Uma figura insubstituível."

MANO ELÓI

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Elói Antero Dias mais popularmente conhecido como Mano Elói (Resende2 de maio de 1888 - Rio de Janeiro10 de março de 1971) foi um cantor, multi-instrumentista, compositor de samba, além de pai de santocamelô, estivador, dirigente de carnaval e líder sindical brasileiro.

Biografia

Nascido na povoação que mais tarde ganharia o nome de Engenheiro Passos, atualmente distrito do município de Resende, ainda na infância, em 1903, foi morar na então capital da República, a cidade do Rio de Janeiro.

Com quinze anos, passou a trabalhar como vendedor de balas no Campo de Santana. Passou a juventude percorrendo os principais redutos de samba da cidade, na época em que sambistas eram confundidos com marginais. Muitas vezes teve que escapar da perseguição policial na Pedra Lisa, no Buraco Quente da Mangueira, no Morro da Favela ou no de Santo Antônio.[carece de fontes] Frequentou rodas de samba nos morros da Favela e Santo Antônio, bem como em locais de Niterói, quando passou a ser conhecido pelo apelido Mano Elói. Como músico, tocava cavaquinho, tamborim e pandeiro.

Além das ligações com os primeiros tempos do mundo do samba, desde a juventude Mano Elói ficou conhecido como respeitado ogã, dono e frequentador de terreiros de macumba. Era também um "jongueiro considerado". Participava de rodas de jongo da Serrinha e de outras localidades. Conceituado como jongueiro, organizou rodas dessa manifestação, juntamente com Silas de Oliveira, Paulinho, Olímpio Navalhada e Aniceto do Império, no morro da Serrinha.

Também Trabalhou no Cais do Porto do Rio de Janeiro, onde chegou a ser líder sindical, pertencente à Companhia dos Homens Pretos. Junto com Sebastião "Molequinho" Oliveira, Mano Elói ajudou a levar adiante a tradição de resistência e luta dos negros portuários.

Era sambista partideiro, incentivador de gafieiras e batucadas. Bamba nas "rodas de pernada", era capaz de derrubar com facilidade o opositor dando uma "banda" ou "rabo-de-arraia". Foi um dos maiores agitadores do meio cultural de negros e mestiços no Rio de Janeiro.

Em 1930 foi o primeiro a gravar pontos e corimás de macumba, tais como pontos de Iansã e Ogum, além dos cantos de Candomblé a Exu e Ogum, em dois discos gravados pela Odeon.

Na década de 1930, fundou a escola de samba Deixa Malhar, no Baixo Tijuca, onde é hoje a Rua Almirante Cândido Brasil. Nessa época, com diversos outros pais de santo, assessorava o então presidente Getúlio Vargas, que o teria incentivado a fundar uma nova escola, anos mais tarde, para que pudesse rivalizar com a escola de Paulo da Portela, supostamente simpatizante do Comunismo. Também ajudou a fundar a Prazer da Serrinha.

No ano de 1936, foi eleito o primeiro "Cidadão Samba" em um concurso promovido pela União Geral das Escolas de Samba do Brasil (UGESB). No ano seguinte, foi eleito para ser o quinto presidente da história da entidade, e dois anos após, em 1939, tornou-se o vice-presidente, tendo Antenor dos Santos com presidente.

Mano Elói também incentivou a família Oliveira a fundar o Império Serrano, assinando sua ata de fundação, em 1947. Doou os instrumentos da primeira bateria e teve a quadra da nova escola batizada com seu nome.  Seu genro, João Gradim, irmão de Molequinho e Dona Eulália foi o primeiro presidente do Império.

No ano de 1966, desfilou pelo Império Serrano.

Legado

Carlos Cachaça, fundador da Estação Primeira de Mangueira, contava que a primeira pessoa que ele vira cantar um samba na vida fora Mano Elói, chegando no Buraco Quente da Mangueira junto com dois amigos vindos de Madureira. De acordo com Carlos Cachaça foi Mano Elói que levou o samba para a Mangueira.

Teve sua obra interpretada pelo Conjunto Africano, no LP "Não vai ao candomblé". Na mesma época, participou dos discos "Amor" e "Conjunto africano".

MESTRE FULEIRO

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Integrado na Prazer da Serrinha, até por motivos familiares, só depois da fundação é que Antônio dos Santos, o Mestre Fuleiro, foi para a Império Serrano, levado pelo seu compadre Mano Décio da Viola. Diretor de harmonia dos mais antigos e eficientes, Fuleiro é um patrimônio do Império.

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